Levantamento da Fundação Dom Cabral mostra que apenas 1% das empresas privadas do Brasil são tidas como de médio porte – faturam entre R$ 4,9 milhões e R$ 300 milhões/ano. Isso representa cerca de 67 mil companhias, que respondem por aproximadamente 20% dos empregos formais e 25% da massa salarial. No entanto, esse número poderia ser mais expressivo se as barreiras impostas pelos diferentes agentes da economia não fossem tantas para esse perfil de empresa.
Porém, o empresário brasileiro achatado pelas grandes, micro e pequenas vêm encontrando saída em uma estratégia até poucos anos atrás pouco pensada por esse perfil de empreendedor, que em muitos casos criou suas empresas “do zero” ou as herdou de familiares: trata-se da fusão ou aquisição, que no mundo dos negócios é conhecida como M&A (merger and acquisition, na tradução livre). Unir forças com outras empresas vêm sendo a solução para se manter vivo e forte no mercado.
Junto a esse movimento, outros fatores ajudam a manutenção sustentável dessas empresas: reinvestimento de lucro, contratação de novos colaboradores e estratégias para focar em produtos de alto valor agregado, com inovação de produtos, direcionamento para nichos e customização. Só assim, para atravessar a barreira de regulamentações estatais, alto custo do capital, conselhos administrativos ineficientes, indisponibilidade de crédito, entre outros.
Mas, afinal, quais as vantagens de comprar uma outra empresa ou se fundir com uma corporação?
O primeiro item que se avalia é a possibilidade de crescimento acelerado, uma vez que ao adquirir uma outra empresa é possível expandir sua base de clientes, diversificar mix de produtos ou serviços, ingressar em novos mercados e ainda aproveitar sinergias operacionais. Outro ponto ressaltado é o acesso a novos recursos, já que a aquisição de uma empresa pode fornecer recursos adicionais, como tecnologia, patentes, talentos especializados ou capacidades novas de produção.
Na linha dos benefícios não se pode esquecer do fortalecimento da competitividade: diante do mercado, se unir a uma outra empresa evidencia aumento de força competitiva, além disso, transformam-se dois players do mercado em um, aumentando o market share e ampliando vantagens competitivas, como economia de escala, aumento de eficiência operacional e maior poder de negociação.
Ainda deve-se considerar o acesso a conhecimento, já que ao adicionar uma empresa a sua estrutura você acessa conhecimento, experiência e expertise de funcionários e gestores. Isso acelera a aprendizagem organizacional, melhora a capacidade de inovação e possibilita novas perspectivas. E, por fim, valorização e saída estratégica são fatores destacados: uma estratégia de M&A pode aumentar a valorização da empresa no mercado, uma vez que há aumento dos resultados financeiros. E caso seja objetivo, a empresa passa a se tornar mais atraente aos olhos de potenciais compradores ou investidores, abrindo oportunidades para avanços ainda maiores.
No Brasil, o mercado de M&A vem ganhando corpo a cada ano e o que antes era aventado apenas pelos grandes players hoje já é considerado pelo middle market. Porém, adotar uma estratégia de fusão ou aquisição requer uma análise prévia profunda e detalhada da empresa a ser considerada, afinal, o objetivo é se manter firme e forte no mercado e para isso é necessário se unir a uma empresa saudável.
(*) Rodolfo Oliveira é CEO da XR Advisor