Parece estranho – e até redundante – falar sobre “caldo líquido”, mas esse é o produto ofertado pela Davozzi. Em um mercado dominado pelos caldos em cubo, a empresa busca oferecer uma alternativa mais saudável, sem conservantes e com a praticidade das embalagens Tetra Pak. Criada por Miguel Haegler em 2021, a empresa faturou R$ 3 milhões no ano passado e espera dobrar a cifra neste ano.
As receitas foram criadas pelo fundador, em sua cozinha, e agora são replicadas em fábrica, em escala industrial. Apesar do desafio de educar o consumidor, acostumado a comprar as versões sólidas dos caldos, a Davozzi aposta na mudança cultural que tem gerado maior interesse por alimentos saudáveis. “Até para explicar para o comprador dos mercados é difícil. Temos a tarefa grande de educá-los, além do cliente final”, comenta Haegler.
O fundador diz que sempre se interessou pela culinária e se recorda de como acompanhava a avó enquanto ela cozinhava, curioso pelas receitas. Já adulto, mudou-se para os Estados Unidos para estudar gastronomia. Foi por lá que conheceu o mercado de caldos líquidos prontos para consumo, com uma infinidade de marcas nas gôndolas. “Me encantou porque facilita muito a vida na cozinha. Ninguém mais tem paciência nem tempo para ficar fazendo caldo em casa. Eu não entendia por que a categoria não tinha vindo para o Brasil”, afirma.
Depois de retornar ao Brasil, recebeu o convite de um amigo para abrir um restaurante no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Eles desenvolveram o conceito do zero e Haegler trabalhou no negócio por dois anos, até 2014, quando saiu para assumir uma vaga na Riotur, para atuar no setor de eventos. Com a chegada da pandemia, em 2020, ele teve tempo para tirar da gaveta a ideia do caldo natural pronto para consumo.
O fundador fez alguns testes para a produção em larga escala em uma indústria, mas o valor do orçamento para o uso do espaço e o envase em outra fábrica inviabilizaram a ideia. A Tetra Pak abraçou o projeto, uma vez que suas embalagens eram utilizadas para produtos similares em outros países. Foi por meio dessa parceria que surgiu a oportunidade de adquirir uma pequena fábrica desativada de sucos, no interior de Minas Gerais. Com investimento inicial de R$ 2,5 milhões, a produção da Davozzi teve início em agosto de 2021.